sábado, julho 28, 2012

me cheira

Hoje estava no trabalhando, imerso em planilhas de financeiro (que checo 237 vezes antes de apresentar ao chefe) que não é o meu forte quando abre a porta um coroa muito enxuto, com seus quase 50 anos, braços e peitoral bem definido, corpo esguio e pede pra ver o material que estou preparando pra ele. "Estava mesmo esperando o senhor, sente aí", disse indicando a cadeira à minha frente, ele me cumprimenta simpático com um bom dia, aperta minha mão e dá a volta sentando ao meu lado. Ele usa uma calça jeans bem marcada em suas coxas e uma camisa preta canelada de manga comprida e uma gola moderna.

Eu abro o arquivo no computador e apresento o layout, ele chega próximo e diz que precisa corrigir umas informações. Os papéis estão numa mesa perpendicular a minha, que eu poderia pegar facilmente me apoiando nas costas da cadeira e esticando bem o braço. Eu escolho me levantar, virar as costas pra ele, e apoiando os cotovelos na minha mesa esticar o braço para pegar as folhas. Eu retorno, entrego a folha de papel e passando o braço por ele, me inclino para pegar a caneta, que entrego. "Não Dramma, escreve aí", ele diz em tom animado. Eu anoto o que ele diz, peço seu e-mail e telefone para passar o layout ajustado, antes da impressão. "Me dê um toque aí no meu celular para eu anotar seu número", ele pede e assim o fiz. "Seu número parece com o meu", ele diz. "Sim, parece". Respondo com um sorriso. Aquele homem alto, que deve ter sido atleta na juventude e mantém um belo corpaço aperta minha mão e se encaminha para a porta "espero sua ligação", e sai.

Quase que imediatamente ele abre novamente a porta e se encaminha para a minha mesa. "Posso lhe fazer uma pergunta?", eu respondo quem sim. "É meio estranha", ele completa. Fico tenso mas digo que sim. "Eu estou com um problema na garganta, acho que estou gripando e tomei hoje umas cápsulas de alho. Você sentiu cheiro de alho em mim?". Eu começo a rir e digo que não senti. Ele dá a volta, senta novamente ao meu lado, e falando bem próximo, com sua boca quase colada ao meu rosto pergunta novamente. "Não, não sinto não". Ele diz que sua urina tem cheiro de alho e ele tem medo de que esteja falando com as pessoas com cheiro de alho. "Não, seu hálito está bom", respondo.

"Tenho receio de meu suor estar com cheiro de alho" e ao terminar de falar ele aproxima seu pescoço do meu nariz, eu inclino a cabeça e cheiro perto da orelha "só sinto cheiro de perfume. Um bom perfume", respondo e dou um sorriso. Ele ainda próximo de mim, levanta o braço e o retesa, deixando o muque à mostra, passa a mão puxando a manga longa e o coloca próximo ao meu nariz. "Não sente?". "Sinto não, só senti seu perfume". Ele coloca a mão no meu ombro e o aperta "Valeu Drammazão", e saiu.

Eu fiquei, cheio de tesão.

segunda-feira, julho 23, 2012

cara valente

Eu imaginava que o negócio ia fluir mais com o Rafa depois da noite juntos. Sim, eu pensei que ia rolar de novo, o que não rolou. Quando nos encontramos ele não me abraçou e, confesso, nem eu. Fiquei esperando a iniciativa por parte dele, afinal havíamos combinado de deixar o barco correr, havíamos nos falado ao telefone algumas vezes de modo normal mas não tocamos no assunto.

Sempre serei eu a tomar as iniciativas? Que plano de vida é esse que escolhi pra mim onde eu tenho que dar todos os primeiros passos? Que diabos de carma eu tô pagando? Eu ando louco pro meu amigo de São Paulo chegar pra abrir meu coração pra ele. Não estou esperando que ele me diga o que devo fazer (pois isso nem eu sei), mas eu sei que ele vai me entender e segurar a minha mão. Eu ando com um grito entalado no peito, um grito tão alto que calou o rapaz tagarela que existe em mim. Eu ando tão calado, mas também sereno, que os amigos mais próximos ja me disseram que eu não me pareço mais com quem eu costumava ser. No que me tornei? Ou pior, em quem?

Mas não estou sofrendo (eu acho). Eu tô seguindo a minha vida, embora o Rafa permeie o meu pensamento grande parte do dia e sempre acabe me ligando (minha energia atrai a dele?). Me trata do jeito que sempre me tratou e eu falo normal, sem duplo sentido, sem pedir nada ou me humilhar pela presença dele. Claro que o Tropeço é prioridade pra ele, mas ele tem combinado coisas comigo, tentando intercalar a agenda. Uma amiga nossa em comum, que sabe dele, mas não sabe de mim e nem sabe da gente (aliás, nem sonha), ontem me disse que não entende o porque deles ainda estarem juntos. Ela olhou pra mim e disse "as vezes eu acho que ele está com esse cara porque sabe que não pode ter você". Eu ri e perguntei "como assim"?, e ela me respondeu "eu sempre achei que ele fosse apaixonado por você, mas como não pode te ter, ele se acomoda nesse cara ao invés de procurar um igual, que o bote pra frente, aí prefere viver essa vida medíocre".

Uau.

Eu quero dormir, acordar e saber que a vida taí pra brincar de modelar. Cara valente esse Rafa.

domingo, julho 22, 2012

pra casar

No meu novo trabalho eu tenho reparado muito nas pessoas, meu chefe, que é um gato (apesar de baixinho) e fala com a gente nos olhando tão profundo que parece enxergar mais do que estou mostrando. E eu olho de volta, do mesmo  jeito, não me intimido. E o assessor dele, um cara de riso franco, gostosinho, com seus quase 40 anos. O assessor me chamou muito a atenção, por ser educado, cordial, simpático, um fofo. É daqueles "pra casar" (igual eu, dizem) e eu já me imaginei lambendo todo aquele corpo esguio e branco, cheirando seu suvaco (adoro) e apertando a sua bundinha, que eu colocaria nos TOP 10 de bundas bonitas em calça jeans.

Claro que ja fuçei no face, ja rastreei os amigos em comum, mas não tive coragem de adicioná-lo. Vamos dar tempo, né? Vamos deixar as relações fluírem sem forçar. Gosto do andado do tempo, passo a passo, sem percalços e sem a pressa que eu tinha tanto quando adolescente.

O fofo tem cara desses romances de mãos dadas, de noites quentes em quatro paredes, que vem a brisa do sol despertar fugidia pela esguelha de cortina que não foi fechada. Tem gosto, e cheiro, de bom dia com sorrisos. Mas não estou apaixonadinho, embora goste de ficar observando-o e quando sou surpreendido sorrio, recebendo um sorriso de volta.

Meninos fofos foram feitos pra casar, ser pais, bons maridos. São bons filhos, bons companheiros e bons amantes, embora não tenham o ardor do pecado. Não geram desconfiança, e ultimamente tenho achado que todos nós procuramos o proibido, pra satisfazer o espírito aventureiro que habita em nós e quer liberdade.

Depois falo sobre o Rafa.

quinta-feira, julho 12, 2012

romaria


Eu sempre amei essa música. Ela me trazia uma segurança dentro do peito, uma vontade de cantar, como se fossem minhas as letras nela contida, extraídas do meu ser. Eu me sinto tão acalentado quando a escuto e pondero  sobre a minha vida, esperando que Nossa Senhora Aparecida ilumine a mina escura e funda, o trem da minha vida...

Então hoje, eu estava escutando e minha mãe me disse "essa música é tão linda, eu cantava tanto pra você quando eras pequeno". E eu fiquei bobo, perdido em meus pensamentos, sobre meu cavalo.



terça-feira, julho 10, 2012

pós-garoto de programa (uma noite com o Rafa)

O Rafa me ligou e conversamos um pouquinho sobre amenidades, eu disse que ia assistir a luta com uns amigos e perguntei se ele queria ir. Ele topou e veio pra minha casa. Eu havia preparado uma surpresa pro aniversário dele, ao longo do semestre consegui adquirir alguns itens que ele não tem na coleção dele e sei que estava muito a fim de ter. Mais importante: consegui manter surpresa.

Ao chega aqui em casa eu lhe dei o primeiro presente, um encadernado do Sandman com minha coletânea de histórias favoritas, entre elas "sonhos de uma noite de verão". Eu disse que ia entregar logo seu presente de aniversário, já que meus horários na semana estão complicados, ele ficou feliz, agradeceu, me deu um abraço. Cheguei no meu quarto e lhe entreguei uma grande caixa, onde estavam todos os itens que consegui, ele pegou um em particular, sorriu com um sorriso do tamanho do mundo e me abraçou, impressionado que eu tinha conseguido. "E os outros itens?", perguntei. Ele pareceu realmente surpreso, pois não achava que eram pra ele, e sim meus. "É tudo pra mim?", perguntou surpreso. Ele começou a pular e me abraçou, pulou, olhos todos os itens, parecia uma criança feliz com o brinquedo novo. Eu olhei pra ele e disse "você faz coisas por mim que fazem meus olhos brilhar, eu queria ver seus olhos brilhando também".

Passei perfume, troquei a camisa, fui pegar dois amigos e saímos na peregrinação de bares atrás da luta. Passamos em TREZE bares, ou estavam lotados demais ou a falta de visão do proprietário não reservou um telão, deixando literalmente seu bar às moscas. Despretensiosamente ao passar pela nossa última tentativa, conseguimos uma mesa pequenininha, mas que abrigava nós quatro e estava perto da TV. Assistimos a luta, bebemos, comemos, jogamos sinuca, conversamos muito. Foi uma noite incrivelmente divertida, por mim teria esticado até de manhã cedo, mas meus compromissos profissionais me impediram de ser um pouco irresponsável. Deixei meus amigos em casa e perguntei pra ele se ele dormiria na minha casa, estava realmente tarde, eu estava bêbado e com muito sono.

Ao chegar em casa coloquei o colchão de hóspedes no chão e fui me trocar, quando voltei o Rafa estava em pé de cueca, me deitei em minha cama e ele também. Me abraçou, me beijou na testa e dormimos abraçadinhos.

Acordei por volta das cinco da manhã, beijei o peito dele, alisei seu peito, sua barriga e seu membro (que estava acordado), sussurrei em seu ouvido se ele queria um boquete. Ele respondeu que sim, escorreguei minha cabeça pelo seu abdomen até seu pau e me dispûs a chupá-lo. Ele acariciava minha cabeça e de vez em quando entre gemidos soltava que tava maravilhoso, que era muito bom acordar daquele jeito. Não sei se já disse aqui, mas o Rafa demora muito pra gozar, me dediquei a lamber, chupar e sugar seu membro durante uma hora e quarenta minutos. Após tomar meu leitinho, ele me beijou na boca e dormimos até as dez da manhã.

Claro que a volta pra casa dele não foi as mil maravilhas, conversamos bastante. Ele chorou, e sei o quanto deve pesar em sua consciência e seu peito por causa de sua relação com o Tropeço. Então ele disse que GOSTAVA do cara, que me amava. Eu olhei pra ele e perguntei se ele se ouvia falando, que ele sempre usava o termo gostar pro cara. Ele reiterou, que gostava do Tropeço e disse que não tinha coragem de fazer comigo o que faz com o namorado. "Fazer o que?", perguntei. E ele me disse "trair. Eu não vou ter coragem de fazer isso com você". Eu olhei pra ele e disse calmamente e em um tom sereno "vamos tocar o barco, eu não quero saber se você vai ficar somente comigo, mas eu quero ficar somente com você". E antes que alguém levante a bandeira do amor próprio, eu tenho que dizer que o que é nosso fica com a gente, o que não é vai embora. Só o tempo poderá dizer se ele iria me trair e se eu não suportaria saber disso. Está tudo certo, mas nada resolvido, é seguir na correnteza e tomar cuidado para não se afogar.




domingo, julho 08, 2012

o garoto de programa

Essa semana resolvi que iria sair com um garoto de programa top de linha. Fiquei na internet fuçando em sites e procurando fotos dos que mais me atraíssem. Eu tinha exigências, óbvio. Peitoral definido e grande.

Selecionei dois rapazes com nomes maravilhosos, Hércules e Juan, a perfeição da forma grega em seu heroísmo e o amante profissional. Em termos de corpo, eu havia escolhido o Hércules, mas acabei fechando com o Juan minha hora e meia de prazer por R$150,00 e podia escolher se no local ou motel. Juan não tinha fotos de rosto no site e pedi para mandar alguma pro meu e-mail, ele me disse que morava no Rio de Janeiro e estava em minha cidade apenas durante o mês de julho, mas que garantia que era "presença", descendente de índios. Se eu não gostasse, podia dispensá-lo. Sua voz, com sotaque pernambucano era muito gostosa de ouvir e ele me tratava com carinho.

Juan disse que fazia a linha namoradinho, mas eu disse que queria ele bem safado. Ele não disse que beijava e eu nem perguntei. Preferi motel e marquei de buscá-lo. Nas fotos ele aparentava o peitoral definido, mas não tão grande, magro com corpo definido e braços grossos, sem nenhuma tatuagem. Cheguei no local combinado e lá estava aquele pedaço de homem, beirando seus 1,80, camisa amarela de São Jorge e um sorriso que me fez corar. Sim, Juan era lindo. Era muito mais do que mostrava nas fotos. Possuía uma energia boa e quase me fez perguntar o porque escolheu essa vida, mas me calei, não era da minha conta.

Chegamos no motel e ele foi logo tirando a roupa, mandei parar e disse que eu gostava de despir. Ele falava coisas cafonas como "gostosão hoje você vai sentir a felicidade entrando", mas não liguei, estava muito envolvido com aquele corpo. Seu pau era mais grosso do que eu havia percebido na foto "21x6, é o famoso rasga cu. Você está acostumado a levar rola?". Não, eu não estava, expliquei pra ele que dava pouco e nunca para um mastro desse porte, ele disse que ia ser carinhoso. Começamos as preliminares, ele me tascou um grande beijo e o beijei de volta, lambeu minha orelha, mordiscou meu cangote e me fez derreter entre seus braços musculosos. Mordi seu peito, chupei, lambi. Ele mexia os músculos do peitoral enquanto eu passava minha língua arfante pelos mamilos. Eu chupava guloso e dava lambidas grandes. Ele me abraçava e me prendia com seus braços, me deixando completamente a mercê daquele homem.

Ele me deitou de frente, dobrou o travesseiro e colocou embaixo da minha bunda "eu vou meter bem devagar e vou passar um gelzinho pra você" e eu olhava pra ele fixamente. O gel ajudou, eu estava na posição de frango assado e ele falou uma das frases que mais me dá tesão na vida "posso colocar a cabecinha?". Sim, pode. Sim, doeu. Doeu pra caralho, mas a "cabecinha" entrou e fui relaxando até entrar todo o resto. Pelo espelho do teto eu via seu pau entrando e ele rebolando aquela bunda malhada e metendo até o talo. Ele me virou e trocou a camisinha, pois a fama do seu pau de rasga cu se comprovou, eu sangrava um pouco. Ele me limpou e depois voltou à ativa, me colocou de ladinho e foi metendo sem cerimônia. Estava doendo, mas eu estava amando aquele homem em cima de mim, depois ele perguntou no meu ouvido onde eu queria que ele gozasse, respondi que nas costas. Ele deitou em cima da minha bunda, batia com seu pau nas minhas costas e finalizou numa punheta. Fiquei em pé e bati uma punheta, gozando em seu peitoral. Nos limpamos no chuveiro, o sequei cuidadosamente, alisando a mão pela toalha por todo seu corpo de deus grego, calcei sua meia, tênis, sua calça. Afivelei o cinto e ele foi escovar os dentes. Abracei-o por trás, beijei suas costas, me aninhei em seu peito.

Nos despedimos. Ele pediu pra me ver novamente, elogiou meu perfume, disse que era o perfume mais gostoso que havia cheirado na vida. Eu disse qual era e que o usava sempre.

Cheguei em casa com o rabo dolorido, mas satisfeito com a noite. O Rafa ligou.

[continua...]

o rival.

Minha turma na faculdade era rival de outra turma. Rival mesmo, de organizar jogo de futebol e a torcida gritar pra um quebrar o outro e não pra fazer gol. De não no cumprimentarmos nos corredores e nem de se juntar em prol de reivindicar um bem comum. Era capaz de mudarmos de opinião pra não assumir que pensávamos igual. Pois bem, a faculdade passa, nos formamos e estamos aí, todos trabalhando na mesma área e o mercado é um ovo. Muitos de nós acabaram se tornando amigos de alguns que nem eram tão escrotos assim, ou então constatando que a escrotisse ficou exponencialmente maior com o passar dos anos. Eu era o "líder" da minha turma e a turma rival tinha uma líder.

Enfim, como eu disse, o mercado ovo de minha profissão me fez trabalhar com um menino da sala rival. E ontem estávamos pegando no batente juntos quando ele me confidenciou que estava preocupado com o que estava fazendo. Percebi que ele não tinha noção nenhuma do que estava fazendo e apenas seguia as regras que o chefe dele (e melhor amigo) tinha dado, mas tinha vazado da labuta em pleno sabadão. Fui lá e ajudei o cara, disse o que tinha que fazer e ele ficou perto de mim o tempo todo até ver que nossos chefes estavam satisfeitos com o resultado.

Ele deixara de ser o menino franzino, era alto e tinha os braços bem trabalhados. O sorriso era bonito e quando sorria parecia realmente estar alegre e não por convenção. Eu nunca o achei bonito, mas faz a linha dos playboyzinhos estilosos com camisa de marca pólo e óculos oakley que mexe com minha libido.

Nos olhamos, eu sorri. Ele sorriu de volta. Ficamos nos olhando e controlei o impulso de querer beijá-lo ali mesmo, naquele mar de gente. Eu nunca tinha pensado nele dessa forma. Ele tocou no meu braço, apertando e disse "obrigado". Continuamos a nos olhar fixamente. "De nada", respondi.

quarta-feira, julho 04, 2012