sábado, janeiro 26, 2013

será o fim?

Quarta-feira fui à casa do Rafa passar um tempo com ele. Levei um lanche, conversamos, ficamos duas horas deitados na cama assistindo TV abraçadinhos. Eu beijava suavemente seu peito, sua barriga, seu ombro. Acariciava seus cabelos, ele fazia carinhos em mim passando de leve sua mão por meus cabelos, braços e costas. Lambi seu ombro e pescoço com uma lambida rápida, mas forte. Rafa riu, disse pára entre risos. Continuei. Perto de ir embora nos abraçamos, nos olhamos e pedi um selinho e ele disse "não". eu ri, roubei um selinho que saiu meio de banda. Ele começou a rir e eu também, disse que queria só um selinho (dentre quantos ele me deu?) e ele negou. Não acreditei, fingi que roubaria e forcei o selinho, ele interpôs o braço e me segurou com força em meio a risos e mandou eu parar. Parei. Balbuciei em um resmungo e disse "é muita humilhação". Calcei o sapato, ele me abraçou, me deu um beijo no pescoço e eu disse novamente "é muita humilhação, eu não merecia isso".

Não liguei nem quinta e nem sexta, e nem ele. Nessas horas eu agradeço a Deus pelo trabalho que tenho, que me ocupa a mente e o tempo totalmente e não fico pensando em besteira. Então hoje, uma amiga (que nada sabe do Rafa e dos meus Drammas) me manda um texto lindo, que prontamente encaminho pro Rafa.

"Um garoto adolescente, excluído do colégio e sem muitos amigos, se apaixona perdidamente pela garota mais legal que ele conhecera até ali. Ela, no entanto, namora um garoto mais velho e bem babaca, e não liga muito para nosso protagonista. Ele vai até seu confessor, uma das únicas pessoas com quem tem intimidade para fazer esse tipo de pergunta, seu professor de literatura. E diz: Por que algumas pessoas se apaixonam pelas pessoas erradas? Ao que o professor responde: Charlie, nós aceitamos o amor que achamos que merecemos.
Quem viu uma das pequenas pérolas do cinema do ano passado, As Vantagens de Ser Invisível, reconheceu o diálogo acima na cena entre Logan Lerman e Paul Rudd. É uma das frases que valem o filme (e o livro no qual ele foi inspirado). Aqueles momentos em que você para e pensa: não é que é assim mesmo?
Quantas vezes você já não saiu de um namoro que, seis meses depois, soava deslocado, fora de sentido? Como eu pude me apaixonar por esse cara? Jura que eu passei tanto tempo com uma mulher assim? Pois é, passou. Às vezes foi por conformismo mesmo. Por não conseguir olhar para fora de si e imaginar novas aventuras que valessem a pena, por fechar uma janela para o resto do mundo por preguiça (ou medo, muito medo) de ter que se esforçar mais do que o confortável para buscar a felicidade em outra pessoa.
Mas às vezes o problema está mais a fundo. Porque medo a gente reconhece e, munido de uma boa lanterna contra o escuro e o desconhecido, a gente eventualmente enfrenta. Mas auto-estima é um problema daqueles que cola e não desgruda mais. Que está tão colado, tão fundo, que a gente nem percebe que a maior parte das nossas ações é decidida não apenas por nosso poder de escolha, mas pela imagem que fazemos de nós mesmos. Matricular-se na academia, voltar a estudar, mudar de emprego estão sempre condicionados ao “eu me acho capaz disso?”.
E no amor não é diferente. Eu me acho capaz de amar mais do que isso? De viver um amor de verdade, arrebatador, gigantesco, fundo e completo? É o famoso “Ela conseguia coisa melhor” que um amigo fala pro outro quando conhece o novo namorado da fulana. Ela até poderia conseguir alguém que a tratasse melhor, que a amasse mais, que fizesse a abraçasse bem forte ao invés de virar pro lado na hora de dormir, que a respeitasse mais, que, quem sabe, vai saber, até a admirasse. Que ficasse sorrindo de bobeira na hora em que ela trocasse de roupa. Que repetisse, de vez em quando só pra lembrar, que ela é a mulher mais incrível que ele já conheceu na vida. Mas nós aceitamos o amor que achamos que merecemos. E quem acha que merece tudo isso, né? Alguém mais feliz."

Mais do que eu esperava, recebo a resposta: "Com certeza você merece muito mais. Fica bem". Eu quis morrer. Eu quero morrer. Principalmente porque não me passa pela cabeça o tempo que perdi, mas me passa o tempo em que ele idiotamente não vê que nós estamos ligados. Que nossa vida conspirou para isso, que é hora de ser valente.

E embora eu possa ouvir muitos de vocês falando pra seguir adiante e o criticando, eu repito: "vocês não sabem o que eu sinto. Vocês não sabem o porque estamos ligados". E mesmo cansado disso eu continuo o amando e agora rogo apenas pra ser forte, pois sei que não posso esquecer, mas quero forças pra me valorizar.

Pra piorar, Marisa Monte embalou minha noite e quando ouvi essa música eu me pergunto se eu sou burro ou se ele é burro.

quinta-feira, janeiro 17, 2013

o amor me rege.

Eu queria ter uma boa história pra contar, uma quente de uma noite fabulosa de sexo, ou até mesmo uma terna, daquelas em que passo a tarde enrolando o dedo nos cabelos do peitoral do Rafa, mas não tenho. Não tenho nenhuma história interessante, mas quis dar o ar da graça aqui.

Mudei de emprego, mas sinto falta do meu emprego antigo. O novo me dá um gás diferente, novos desafios, ser chefe a primeira vez (e espero ser tão justo e generoso como meu antigo chefe foi pra mim), montar equipe, trabalhar com algo que acredito muito e estava muito a fim desse reconhecimento. Mas tenho saudades do meu emprego antigo, de trabalhar com um grande amigo, ter o escudo do meu antigo chefe pra me dar respaldo. Agora é diferente, eu dou a minha cara a tapa, mas meu desejo de fazer bem feito é tão grande que já me dá um sorriso no rosto. Porque tem amor em tudo o que faço. Tem amor em tudo o que quero.

Acho que nunca falei isso aqui, mas eu sou um homem de fé, desses que reza ao acordar e ao dormir. Acredito que tem uma força que nos rege e somente com a oração, o bem ao próximo e o perdão, posso entrar nessa mesma sintonia dessa força e assim ser feliz. Sempre rezei, desde pequeno, e pedia pelos parentes e amigos que ja se foram. Pedia para proteger minha família. Pedia um emprego. Pedia um amor. Pedia pra realizar meus sonhos. Eu pedia muito.

Hoje, não peço mais. Mesmo desejando um amor (e que esse amor seja o Rafa), eu não peço. Minha oração diária ao levantar pede que meus caminhos sejam abençoados e protegidos e ao deitar, peço que sempre me guie pelo caminho do bem. Não peço mais pois descobri que o que rege o mundo, as pessoas, toda a nossa vida, se chama AMOR. É com o AMOR que nos dedicamos nas pequenas coisas do dia-a-dia, transformando tudo ao nosso redor.

"Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine". [Coríntios 13:1]