domingo, março 18, 2012

O melhor amigo


Quem me conhece sabe que eu não tenho um melhor amigo, tenho melhores amigos. A minha amizade é como uma grande pizza onde cada amigo tem a sua fatia. Não converso todos os assuntos com todos e tem assuntos que só converso comigo mesmo. Minha bissexualidade é assim, só minha, ninguém sabe (ou sabia rsrs).
Mas eu acabo sendo o melhor amigo de meus amigos, participo da vida deles como gente da família (assim como eles participam da minha família também), sempre sou padrinho de casamentos e já junto uma pequena porção de afilhados em que participo ativamente de suas pequenas vidas: passeios, aniversários, dia com o Dindão, etc.

Então, sou o melhor amigo do Rafael (vamos chamá-lo assim). Desde que nos conhecemos nos tornamos inseparáveis, ele é um cara muito engraçado e eu adorava rir das coisas dele. Confesso que não o achava bonito, mas ele mexeu comigo. Na primeira vez que nos vimos eu o fiquei encarando apesar de achar o cabelo dele horrível, muito magro, os traços feios, mas sim, ele tinha mexido comigo. Mas éramos apenas amigos e fomos muito amigos durante muito tempo. Batman & Robin.

Quatro anos atrás ele dormiu em minha casa no dia do meu aniversário, na minha cama. Eu o alisei durante toda noite e ele não acordou. Eu passei a semana inteira sentindo o cheiro dele no meu lençol e travesseiro. Dois meses depois ele me contou que era gay e estava namorando com um cara, eu fiquei num misto de felicidade e tristeza. O namorado dele era insuportável e me elegeu como o amigo dele que ele odiava, foram quase dois anos onde nos vimos menos, mas que ele deixou claro pro cara que nunca ia se afastar de mim.

Depois do término desse namoro conturbado ele começou a namorar com uma cara legal, e está com esse cara até hoje, embora ele o já tenha traído muitas e muitas vezes. Meu conselho era de que ele devia realmente ver se queria ficar com o cara. Enfim, esse é o resumão da nossa amizade, o DRAMA vem a seguir.

Fazia tempo que Rafael permeava meus sonhos, eu amanhecia de pau duro, batia altas homenagens para ele. Nas vezes em que ia na sua casa começava a encará-lo, mandava mensagens com duplo sentido, deitava de bruços e algumas vezes peguei ele olhando pra minha bunda. Quando foi em dezembro, numa noite de bebedeira eu disse pra ele que queria ficar com ele. Ele ficou surpreso, disse que nunca imaginou que eu fosse gay e disse que eu era seu melhor amigo. Saímos do barzinho, deixei seu amigo em casa (mas que na hora do papo estava no banheiro) e assim que virei a esquina parei o carro e olhei para ele. Nos atracamos em um beijo intenso e apaixonado. Ficamos vários minutos no carro nos beijando até que ele disse que o namorado dele estava em casa esperando por ele. Eu perguntei se ele queria ir para casa ou para outro lugar.
Fomos para um motel próximo da casa dele, assim que chegou ele tirou a roupa, deitou na cama e nos entregamos entre beijos apaixonados e uma sarração desenfreada, ficamos nisso durante uma hora mais ou menos, não sei se por sentimento de culpa ou embriaguez ele falou que estava tarde (e estava mesmo, era quase cinco da manhã) e precisava ir para casa.

Ele chorou muito no carro dizendo que tinha medo de perder minha amizade e eu disse para ele ficar tranquilo, que eu também queria aquilo. Dormi realizado, muito feliz mesmo, mas dois dias depois ele disse que não queria misturar as coisas. Respeitei. Parei com as insinuações.
Já havia passado um mês do nosso fica quando saímos outro dia com amigos para beber e ele não levou o namorado (como nunca leva) e veio dormir na minha casa. Tinha o colchão no chão, ele se deitou e eu o chamei pra deitar comigo na cama, ele logo disse que achava melhor não. Respondi que não ia acontecer nada que ele não quisesse e ele veio. Deitou ao meu lado, de cueca apenas, seu peito musculoso e cabeludo desnudo, e falei de como me sentia e como tinha sido bom ficar com ele. O beijei no peito, ele resistiu, no pescoço, na orelha e por fim na boca. Ficamos nos beijando durante alguns minutos e sussurrei em seu ouvido "quer meter?". Enfim, não vou entrar em maiores detalhes, mas foi o sexo mais gostoso que fiz na minha vida, pois sei que pela primeira vez foi com alguém que amo e que me ama de volta.

Acordamos abraçados e ele me confidenciou que se sentia mal pelo namorado, porque ele (o namorado) gostava muito de mim, os outros que ele pegava ele não tinha nenhum vínculo. Fiquei calado.

Nossa amizade permanece, acho que muito mais firme do que antes, mas eu não posso fugir de que estou apaixonado. Já estava antes, mas o que tenho é palpável. Meu medo e timidez me impede de avançar um pouco, não acho que eu deva dizer que quero namorar com ele, pois essa decisão é dele. Também não sinto raiva ou ciúmes do namorado, acho que a ligação que tenho com Rafael é mais forte que o namoro dele, que ele ja disse não andar as mil maravilhas. O convidei pra passar o fim de semana em um hotel na praia e ele topou, só disse que ia ter que despistar o namorado.

Estou vivendo, querendo mais, mas fico na dúvida se devo cobrar ou esperar.

Um comentário:

Raphael Martins disse...

Seu blog é ótimo. Adorei.
Tentarei voltar mais vezes. Se puder, tire a confirmação de palavaras nos comentários...
abraço!